domingo, 30 de março de 2014

Dói amamentar?

Olá mamães e futuras mamães,

Acho que todas nós temos receio de sentir dor durante a amamentação pois já vimos ou ouvimos muitas mães reclamando de dor e/ou bicos rachados. Sim, amamentar dói, mas se feito de forma correta é possível prevenir.


Lendo livros e sites na internet ainda grávida eu sabia que a principal causa de dor e/ou bicos rachados é a pega incorreta do bebê. Então, até o dia em que a Luli nasceu eu estava tranquila, pois tinha toda a teoria na cabeça: os bebês devem abocanhar não só o bico, mas também toda a auréola (ou seja, abrir bem a boca), e manter os lábios enrolados para fora, como se estivessem fazendo boca de peixinho.





Toda molinha e sonolenta como todo bebê recém-nascido, lá estava ela em meus braços, pronta para sua primeira mamada. Na hora, a emoção e ansiedade por este momento tão esperado tomaram conta de mim. A última coisa que pensei foi na pega correta (mas acho que aquela não era hora mesmo para pensar nisso). Queria ela em mim e só. Resultado, saí toda roxinha.


Na próxima mamada lá estava eu, morrendo de dor e me dando conta de que eu sabia como tinha que ser feita a pega correta mas não tinha a mínima ideia de como fazer! Tinha a teoria, mas nunca tinha nem sequer visto um videozinho no youtube. No dia seguinte chamei a especialista em lactação que estava de plantão no hospital e o problema foi logo resolvido. Aprendi como fazer a Luli pegar corretamente e só fiquei dolorida ainda nos primeiros dias até o machucado do primeiro dia cicatrizar e depois não mais.


Vou deixar aqui algumas dicas que aprendi e que funcionaram comigo:

- Para ajudar o bebê a abocanhar toda a auréola, aperte com sua mão (a mesma do lado que o bebê estiver mamando) a região onde ela termina para que a auréola se torne uma continuação do bico.




- Quando for oferecer o seio, encoste o bico no lábio superior do bebê para estimulá-lo a abrir bem a boca.

- Se o bebê não abrir bem a boca e não pegar corretamente, tire-o do seio e comece de novo até que ele consiga. Para tirá-lo, coloque delicadamente seu dedo na boca dele para quebrar a sucção pois se você puxá-lo irá se machucar.


- No começo o bebê ainda é muito sonolento e molinho, o que vai exigir um pouco de paciência para que ele abra bem a boca. Portanto, é muito importante que você não espere ele chorar de fome para alimentá-lo. Ofereça o seio logo que ele começar a dar os primeiros sinais de fome, ou em tempos regulares, a cada 2 ou 3 horas por exemplo, assim os dois terão calma e tempo suficiente para tentar a pega correta quantas vezes forem necessárias. Será um grande jogo de paciência no começo.


- Esse jogo de paciência logo acaba assim que o bebê começa a ficar mais forte e aprende a abrir bem a boca. Uma dica é esperar que isso aconteça e a amamentação esteja bem estabelecida, geralmente entre 3 e 4 semanas de vida, para oferecer chupeta. A pega da chupeta é completamente diferente da do seio, o que pode confundi-lo. Além disso, o ato de sugar é extremamente cansativo para o recém-nascido, e ir mamar já cansado pela chupeta, pode prejudicar muito a amamentação e o ganho de peso.

- Se o bebê pegar todo o bico e bem a auréola mas não estiver com os lábios de peixinho não precisa retirá-lo. Puxe delicadamente os lábios dele para fora. Com os lábios nessa posição a sucção é mais eficaz, além de facilitar ainda mais a entrada da auréola na boca dele.


- Se ao final da mamada o bico estiver achatado na diagonal, em formato de batom novo, é sinal de que a pega não estava correta favorecendo o aparecimento de machucados.


- Outro sinal de que a pega não está correta é se o bebê faz barulhos parecendo beijinhos estalados enquanto mama. Esse barulho é ar entrando na boca dele, sinal de que ficou uma frestinha entre os lábios dele e o seio e ele está engolindo mais ar.

- Passe um pouquinho do seu próprio leite no bico do seio após as mamadas, se no começo ficar com a sensação de assadura no bico ou machucada. O leite materno tem um alto poder cicatrizante.

De todas essas dicas, acho que a mais importante é não esperar o bebê chorar de fome. Quanto mais agitado ele estiver, mais difícil é para ele pegar o seio e mais ainda para que o pegue de forma correta. Além disso, bebê nervoso deixa a mãe nervosa e nenhum dos dois terão paciência para tentar de novo se necessário. 

Mesmo que seja contra a amamentação baseada no relógio, talvez valha a pena seguir esse conceito pelo menos no começo, ou então fique bem atenta aos primeiros sinais de fome do bebê. Choro é o sinal tardio de fome. Alguns dos primeiros sinais de fome podem ser:


- Mudança de atividade: mexer-se ou acordar

- Movimentos de procura com a cabeça
- Movimentos com a boca de sucção e movimentos com a língua para fora da boca como se estivesse lambendo algo
- Mãozinhas na boca

Dentro destes sinais, o maior equívoco na minha opinião é ver o recém-nascido sugando o nada e com a mão na boca, achar que é apenas reflexo e necessidade de sugar, e oferecer-lhe a chupeta em vez do seio materno. Alguns especialistas acham que é reflexo, mas o consenso maior é de que na verdade, são sinais de fome. E se for reflexo, que ele sugue o peito materno, oras! Por que não? No começo não há leite, apenas colostro, e quanto mais o bebê sugar o peito, maiores são as chances de sucesso na amamentação, pois maior será o estímulo para produção de leite. Além disso, vocês ficam juntinhos e ele tem o aconchego da mamãe.


Outro fator importante é que, na maioria das vezes, os recém-nascidos são muito sonolentos, até para sinalizar que estão com fome. Como o leite maduro (com maior teor de gordura e açúcar) leva alguns dias para descer após o nascimento e o estômago deles é muito pequeno, os recém-nascidos ficam hipoglicêmicos facilmente quando dormem prolongadamente, o que os deixará mais molinhos ainda para pedir para mamar e mais sonolentos, portanto mais hipoglicêmicos, num ciclo vicioso. Sou a favor da amamentação em livre demanda, mas no começo pode ser perigoso! Converse com seu médico sobre isso.


Lembrem-se que uma pega correta é fundamental para o sucesso da amamentação.

Espero ter ajudado!

domingo, 16 de março de 2014

Slingando

Slingar, slingando, slingada. Talvez você já tenha ouvido estes termos aportuguesados mas não tenha visto muitos bebês em slings por ai. Eu sinceramente não me recordo de ver muitos bebês passeando pelas ruas, praias, mercados e shoppings do Brasil, enrolados nesse pano. Talvez não tenha reparado? Não sei. Tem coisa que a gente só repara depois que fica grávida, não é? Só sei que aqui nos EUA, você se depara com um bebê sendo slingado em cada esquina. É literalmente lindo. Cada estampa maravilhosa e panos trabalhados pendurando um bebê todo enrolado, aconchegado e fofinho no colo. Confesso que foi esse o motivo pelo qual eu comprei um sling bem antes da Luli nascer, mas logo percebi os muitos benefícios que ele traz tanto para ela, quanto para mim.

O sling traz os muitos benefícios que o colo proporciona, como já discutidos neste blog (veja aqui), de uma maneira muito mais aconchegante para o bebê e fácil para a mãe. O bebê sente-se mais protegido, pois além de ficar perto do corpo da mãe sentindo seu cheiro e calor, coração e respiração, ele fica apertadinho e contido, como no útero. Enquanto isso, a mãe tem suas mãos livres para afazeres domésticos, compras, trabalho, ler um livro, etc.

Há muitos outros benefícios como:

- Como todo tipo de contato físico com o bebê, favorece o vínculo.
- Além dos pais terem mãos livres, ajuda a descansar os braços pois o peso do bebê é distribuído melhor pelo corpo dos pais.
- Simula ambiente uterino para os recém-nascidos pois, além de aconchegante, dá o embalo que ele recebia enquanto estava na barriga.
- Ajuda na cólica e refluxo pois o bebê fica com a barriga quentinha em contato com o corpo dos pais e pela posição mais vertical, dificulta o refluxo.
- Os movimentos de abaixar, levantar e andar, estimulam ajustes corporais do bebê, ajudando o desenvolvimento motor. Bebês que são slingados se desenvolvem melhor.
- Há estudos que mostram redução de até 53% do choro durante o dia e ganho mais rápido de peso pelo bebê que é carregado em um sling.
- Reduz agitação e facilita o pegar no sono. 
- Bebês slingados dormem melhor.
- Durante um passeio ou mesmo em casa, permite que o bebê tenha uma visão vertical e na mesma altura da mãe, compartilhando e entendendo melhor os estímulos recebidos. Em um carrinho, o bebê tem a recepção sensorial e visual prejudicadas, pois quando sentado, ele permanece na altura do joelho de um adulto e quando deitado, passa a olhar apenas o céu. A visão periférica também é prejudicada ainda pela cobertura do pano do carrinho.
- Permite amamentação em publico discreta e até mesmo caminhando pela rua.
- Trazendo tantos benefícios ao bebê, o sling deixa os pais mais felizes, calmos e confiantes também.
- São lindos e baratos.

Aqui em casa usamos muito o sling. Todos os dias. Para trabalhar, arrumar a casa, cantar para ela, acalmá-la ou quando queremos simplesmente ela bem pertinho da gente. Quando vamos passear, a preferência é que ela sempre saia no nosso colo também. Ela adora e é o maior sucesso. 

Para quem quiser mais informações sobre tipos, modelos e como usar, recomendo este site:

Desde 2004, todo mês ocorre a Slingada. Um grupo de orientadores reúne mães e ensinam como usar um sling (não é nada fácil no começo), de graça.

Lembre-se que dar colo não é mimar um bebê e nem criar um criança dependente. Você mima uma criança privando-a de frustrações e desafios, dando a ela tudo o que ela pede e livrando-a de suas responsabilidades e da culpa de seus erros. Dar colo é dar amor, segurança. É construir uma base emocional sólida hoje para uma criança mais confiante no futuro. É dar a segurança que ela precisa para poder se desprender.


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quinta-feira, 6 de março de 2014

Violência obstétrica antes, durante e após o nascimento

Infelizmente muitas mulheres no Brasil sofrem de violência, tanto física quanto moral, no momento mais sublime de suas vidas. Aquele momento que deveria ser de acolhimento e respeito para que nós mulheres possamos entrar no mundo da maternidade com o mais puro sentimento de amor pelo nossos filhos e nada mais. Nenhum outro sentimento deve atrapalhar o amor, inundado pela aquela tal de ocitocina, que a mãe é capaz de dar para o recém-chegado.

Porém, infelizmente não é essa a experiência que muitas mulheres no Brasil vêm relatando. A realidade é muito chocante. Uma em cada quatro mulheres sofre violência durante o trabalho de parto (normal e cirúrgico). Braços e pernas amarradas, piadinhas inoportunas, procedimentos sem consentimento, cesáreas desnecessárias, proibição de acompanhantes, palavras hostis e outras atitudes fazem parte do cenário. São humilhadas e desrespeitadas. Sentem medo, desamparo e solidão. Assim elas recebem o mais lindo fruto de suas vidas em seus braços, sem dignidade e com uma tristeza profunda que as marcarão para sempre.

Dentro dessa gama de atos de violência contra a parturiente, conhecida mundialmente como violência obstétrica, faz parte a indicação desnecessária de cesáreas, ou a desneCesárea. Lá no finzinho da gestação, depois de passar meses dizendo ser a favor de parto normal, numa fase de muita ansiedade, muitas desculpas são criadas pela equipe para indicar uma cesárea. Bem lá no finzinho, quando já se criou um vínculo médico/paciente e não dá mais tempo de procurar outro profissional. 

Pressão alta (sem sinais de pré-eclâmpsia), bebê que não encaixou (o bebê só encaixa durante o trabalho de parto), bebê que passou do ponto (com menos de 41 semanas e 6 dias de gestação), cordão umbilical no pescoço (o cordão pulsa por até alguns minutos depois do nascimento, portanto o bebê respira pelo umbigo durante todo o nascimento, não pela traqueia), pouco líquido amniótico (quando no final da gestação), e por ai vai. (Veja a lista completa aqui).

Sou adepta sim de parto normal, mas não sou contra cesárea. A cirurgia é muito bem vinda quando bem indicada, pois surgiu para salvar e salva muitas vidas. Eu mesma e minha irmã nascemos a partir de cesarianas. Ela nasceu de uma neCesárea pois ficou sentada até o final, e eu nasci de uma desnecesárea. Portanto, sei muito bem que uma mãe não ama mais ou menos seu filho pelo modo que ele veio ao mundo (parece estranho, mas já presenciei muito esse tipo de discussão).

Também sou totalmente a favor do direito de escolha, que é de todas nós e pertence somente a nós. O meu objetivo aqui não é julgar ninguém por escolha e nem tocar aquelas que quiseram mas não puderam ter seu parto de forma natural, mas sim ajudar a esclarecer futuras mães e apontar para um lado da cesárea que também considero como violência obstétrica. 

Violência obstétrica começa antes da sala de parto.

Na minha opinião, além da desnecesárea realizada naquelas que desejavam um parto normal, a cesárea eletiva mesmo quando realizada a pedido da mulher, na maioria dos casos (não em todos), no fundo, não é uma escolha da mulher e sim do médico.

Medo infundado do parto e criado pelo próprio médico. Informação não fornecida durante uma consulta. Sim, a violência contra a gestante começa muito antes. Começa nos consultórios. No pré-natal. Assim muitas mulheres fazem suas escolhas: baseadas em mitos, desinformadas e sem consciência de todos os efeitos e consequências. Assim, sem nem sequer terem tido o direito de escolha.

Hoje há uma inversão de valores criada também pela própria sociedade. Aquele noticiário que mostrou um bebê que morreu durante o parto no SUS e que nunca mostrará, por motivos óbvios, a realidade dos hospitais de ponta, faz com que corajosa seja aquela que decide por ter um parto que como o próprio nome já diz, é normal.

Já tive o desprazer de ler uma entrevista com um médico que dizia que a cesárea é mais segura que parto normal, cuja explicação dada foi que o risco de complicações de um parto normal feito por uma equipe despreparada é maior do que uma cesárea. Claro, qualquer procedimento feito por um açougueiro não deve ser muito seguro mesmo. Além de que provavelmente esse médico não deve saber conduzir um parto normal, também não sabe fazer comparações (Fonte: Só podia ser na revista Veja).

Felizmente a Organização Mundial da Saúde sabe e conduziu um grande estudo observacional em 24 países diferentes, incluindo o Brasil, o World Health Organization Global Survey on Maternal and Perinatal Health (WHOGS). Nesse estudo, eles observaram mais de 286 mil nascimentos no período entre 2004 e 2008, e chegaram às seguintes conclusões:

- A cesariana sem indicação mostrou-se fortemente associada com maiores taxas de mortalidade materna, admissão em UTI, hemotransfusão, histerectomia, infecções, ruptura uterina futura, além das complicações presentes em qualquer tipo de cirurgia abdominal. Nesse trabalho ficou indicado que a taxa de cesariana segura é de 10 a 15%, ou seja, essa é a probabilidade de mulheres terem uma indicação necessária de cesariana em qualquer lugar do mundo. Abaixo dessa expectativa há aumento de complicações e morte por falta de tecnologia e acima, por excesso de tecnologia.


- Para o bebê, o resultado encontrado foi ainda pior. Aumento de complicações perinatal e neonatal foram associadas com cesariana, independentemente da indicação. Ou seja, tanto em cesáreas necessárias quanto desnecessárias. Dentre essas complicações estão: morte perinatal, fetal e neonatal precoce e hospitalização em UTI.


A maioria das complicações perinatais e neonatais estão relacionadas com o risco de laceração do bebê pelo próprio bisturi, prematuridade e complicações respiratórias. 

A definição de que uma gravidez normal vai de 37 a 42 semanas de gestação não significa que tanto faz para o bebê nascer entre esse período. Significa que, os bebês podem ficar prontos a qualquer momento dentro desse período. A minha filha ficou com 41 semanas e o seu filho(a) pode ficar com 38 semanas. A grande questão da cesariana é retirá-los da barriga antes do tempo, antes de estarem prontos, e para um bebê em desenvolvimento, uma semana ou até mesmo um dia faz muita diferença. Para cada dia de prematuridade, há aumento proporcional do risco de complicações ao nascer, principalmente as cárdio-respiratórias, e nada nem ninguém é capaz de prever exatamente a data de nascimento de um bebê.

Se eu tivesse agendado uma cesariana para minha filha com 40 ou 38 semanas de gestação, ela poderia ter nascido com uma ou até três semanas de prematuridade. No meu círculo social, infelizmente duas amigas queridas passaram por uma cesariana desnecessária e tiveram suas filhas internadas numa UTI, intubadas e com risco de morte, por pelo menos um mês. O motivo da internação não foi por doença pré existente ou genética, mas sim por decorrência da cirurgia. E eu não me lembro de ter ouvido sobre os casos delas e de milhares de outras na televisão.

Há também o processo mecânico durante o parto normal que influencia positivamente. Durante o parto natural o bebê é comprimido pelo canal vaginal e o liquido aminótico presente em seu pulmão é expulso. Durante uma cesárea isso não acontece portanto há maior risco de desconforto respiratório ao nascer, risco de infecções pulmonares nos primeiros dias de vida e efeitos a longo prazo como asma e alergias respiratórias. 

Além disso, há diversas outras consequências e uma delas é no aleitamento materno. Dentre muitos estudos sobre amamentação e cesarianas, um grande trabalho publicado recentemente no American Journal of Clinical Nutrition que envolveu mais de 500 mil participantes em 33 países encontrou que cesariana está fortemente correlacionada com dificuldade e problemas no aleitamento materno e menor chance de amamentação até o sexto mês de vida do bebê.

Portanto, parto normal é mais seguro e saudável e a recuperação é, sem dúvida, muito mais rápida e indolor. Você fica muito mais disposta e capaz de cuidar de quem agora só depende de você. Não há cicatrizes e seu corpo retorna à forma que era antes mais rapidamente. E se o medo for da dor, não podemos esquecer que ela nem sempre acontece, e que também existe a famosa anestesia epidural.

Nessa discussão sobre qual método é mais benéfico, o que mais me choca, mais até que as estatísticas de morbimortalidade, é a violenta exclusão na qual a mãe é submetida. Veja nesta foto em uma sala cirurgica, uma mãe com seus braços amarrados e impedida de ver e participar do processo. A distância que uma cesariana causa entre a mãe e o nascimento é explicitamente mostrada nessa foto na qual a mulher olha para trás enquanto nasce o seu prórpio filho...



O recém-nascido também é vitima de violência obstétrica 

Ao nascer por uma cesariana, o bebê precisa ficar em uma incubadora longe da mãe. Enquanto a mãe tem sua cirurgia finalizada, o bebê fica em observação pelo risco de apresentar desconforto respiratório e portanto, como consequência e não como necessidade primária, precisa ser aquecido artificialmente. Sabe-se que, ao nascer de forma natural, não há esse risco e o corpo da própria mãe pode aquecê-lo.

Com uma cesárea eletiva, o bebê não recebe informações psicofísicas que irá nascer, tornando o nascimento muito mais traumático. Além disso, diferentemente de um ambiente cirúrgico, durante o parto normal, o bebê chega em um ambiente tranquilo, aconchegante, com pouca luz e direto para o importante contato com a mãe. 


É um direito do bebê ficar com a mãe ao nascer. Desde 1986 já é recomendado pela OMS que o bebê deve ficar por pelo menos uma hora em contato físico com a mãe, pele-a-pele e não enrolado em um pano, logo após o nascimento. Há diversos benefícios fisiológicos comprovados cientificamente como por exemplo, redução do stress e do choro, estabilização da glicemia do bebê e maiores chances de sucesso da amamentação. 

Se não há indicação e beneficio real para se fazer uma cesariana, por que impedir esse desejo e direito de todo recém-nascido? Por que submetê-lo à violência da separação?

Assistam o vídeo, dura apenas um minuto.



O dia do parto não é um dia como outro qualquer. Não é como ir a um jantar ou a um compromisso marcado. É o seu filho que está chegando e você não precisa ser excluída do processo por detrás de um pano. É o seu filho que está chegando ao mundo e você pode recebê-lo em seus braços.




Nestes grupos você pode encontrar informações e apoio para um parto normal e humanizado:

segunda-feira, 3 de março de 2014

Lista de indicações reais e fictícias de cesariana

Navegando pelo mundo dos blogs encontrei esta lista com as indicações reais e fictícias de cesariana, feita para ser divulgada. A médica Dra. Melania Amorim autora da lista a fez em 2005 e a mantém atualizada constantemente.

http://estudamelania.blogspot.com/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html

Ela esclarece também porque cordão umbilical enrolado no pescoço (presente em até 40% dos nascimentos) não é indicação de cesariana. Nesse mesmo link você também pode assistir a um vídeo de parto normal no qual o bebê nasceu com circular de cordão no pescoço. 


Compartilho também em meu blog para que vocês, futuras mamães que desejam um parto normal, fiquem atentas!