
Dentro dessa gama de atos de violência contra a parturiente, conhecida mundialmente como violência obstétrica, faz parte a indicação desnecessária de cesáreas, ou a desneCesárea. Lá no finzinho da gestação, depois de passar meses dizendo ser a favor de parto normal, numa fase de muita ansiedade, muitas desculpas são criadas pela equipe para indicar uma cesárea. Bem lá no finzinho, quando já se criou um vínculo médico/paciente e não dá mais tempo de procurar outro profissional.
Pressão alta (sem sinais de pré-eclâmpsia), bebê que não encaixou (o bebê só encaixa durante o trabalho de parto), bebê que passou do ponto (com menos de 41 semanas e 6 dias de gestação), cordão umbilical no pescoço (o cordão pulsa por até alguns minutos depois do nascimento, portanto o bebê respira pelo umbigo durante todo o nascimento, não pela traqueia), pouco líquido amniótico (quando no final da gestação), e por ai vai. (Veja a lista completa aqui).
Pressão alta (sem sinais de pré-eclâmpsia), bebê que não encaixou (o bebê só encaixa durante o trabalho de parto), bebê que passou do ponto (com menos de 41 semanas e 6 dias de gestação), cordão umbilical no pescoço (o cordão pulsa por até alguns minutos depois do nascimento, portanto o bebê respira pelo umbigo durante todo o nascimento, não pela traqueia), pouco líquido amniótico (quando no final da gestação), e por ai vai. (Veja a lista completa aqui).
Sou adepta sim de parto normal, mas não sou contra cesárea. A cirurgia é muito bem vinda quando bem indicada, pois surgiu para salvar e salva muitas vidas. Eu mesma e minha irmã nascemos a partir de cesarianas. Ela nasceu de uma neCesárea pois ficou sentada até o final, e eu nasci de uma desnecesárea. Portanto, sei muito bem que uma mãe não ama mais ou menos seu filho pelo modo que ele veio ao mundo (parece estranho, mas já presenciei muito esse tipo de discussão).
Também sou totalmente a favor do direito de escolha, que é de todas nós e pertence somente a nós. O meu objetivo aqui não é julgar ninguém por escolha e nem tocar aquelas que quiseram mas não puderam ter seu parto de forma natural, mas sim ajudar a esclarecer futuras mães e apontar para um lado da cesárea que também considero como violência obstétrica.
Violência obstétrica começa antes da sala de parto.
Na minha opinião, além da desnecesárea realizada naquelas que desejavam um parto normal, a cesárea eletiva mesmo quando realizada a pedido da mulher, na maioria dos casos (não em todos), no fundo, não é uma escolha da mulher e sim do médico.
Medo infundado do parto e criado pelo próprio médico. Informação não fornecida durante uma consulta. Sim, a violência contra a gestante começa muito antes. Começa nos consultórios. No pré-natal. Assim muitas mulheres fazem suas escolhas: baseadas em mitos, desinformadas e sem consciência de todos os efeitos e consequências. Assim, sem nem sequer terem tido o direito de escolha.
Hoje há uma inversão de valores criada também pela própria sociedade. Aquele noticiário que mostrou um bebê que morreu durante o parto no SUS e que nunca mostrará, por motivos óbvios, a realidade dos hospitais de ponta, faz com que corajosa seja aquela que decide por ter um parto que como o próprio nome já diz, é normal.
Hoje há uma inversão de valores criada também pela própria sociedade. Aquele noticiário que mostrou um bebê que morreu durante o parto no SUS e que nunca mostrará, por motivos óbvios, a realidade dos hospitais de ponta, faz com que corajosa seja aquela que decide por ter um parto que como o próprio nome já diz, é normal.
Já tive o desprazer de ler uma entrevista com um médico que dizia que a cesárea é mais segura que parto normal, cuja explicação dada foi que o risco de complicações de um parto normal feito por uma equipe despreparada é maior do que uma cesárea. Claro, qualquer procedimento feito por um açougueiro não deve ser muito seguro mesmo. Além de que provavelmente esse médico não deve saber conduzir um parto normal, também não sabe fazer comparações (Fonte: Só podia ser na revista Veja).
Felizmente a Organização Mundial da Saúde sabe e conduziu um grande estudo observacional em 24 países diferentes, incluindo o Brasil, o World Health Organization Global Survey on Maternal and Perinatal Health (WHOGS). Nesse estudo, eles observaram mais de 286 mil nascimentos no período entre 2004 e 2008, e chegaram às seguintes conclusões:
- A cesariana sem indicação mostrou-se fortemente associada com maiores taxas de mortalidade materna, admissão em UTI, hemotransfusão, histerectomia, infecções, ruptura uterina futura, além das complicações presentes em qualquer tipo de cirurgia abdominal. Nesse trabalho ficou indicado que a taxa de cesariana segura é de 10 a 15%, ou seja, essa é a probabilidade de mulheres terem uma indicação necessária de cesariana em qualquer lugar do mundo. Abaixo dessa expectativa há aumento de complicações e morte por falta de tecnologia e acima, por excesso de tecnologia.
- Para o bebê, o resultado encontrado foi ainda pior. Aumento de complicações perinatal e neonatal foram associadas com cesariana, independentemente da indicação. Ou seja, tanto em cesáreas necessárias quanto desnecessárias. Dentre essas complicações estão: morte perinatal, fetal e neonatal precoce e hospitalização em UTI.
A maioria das complicações perinatais e neonatais estão relacionadas com o risco de laceração do bebê pelo próprio bisturi, prematuridade e complicações respiratórias.
A definição de que uma gravidez normal vai de 37 a 42 semanas de gestação não significa que tanto faz para o bebê nascer entre esse período. Significa que, os bebês podem ficar prontos a qualquer momento dentro desse período. A minha filha ficou com 41 semanas e o seu filho(a) pode ficar com 38 semanas. A grande questão da cesariana é retirá-los da barriga antes do tempo, antes de estarem prontos, e para um bebê em desenvolvimento, uma semana ou até mesmo um dia faz muita diferença. Para cada dia de prematuridade, há aumento proporcional do risco de complicações ao nascer, principalmente as cárdio-respiratórias, e nada nem ninguém é capaz de prever exatamente a data de nascimento de um bebê.
Se eu tivesse agendado uma cesariana para minha filha com 40 ou 38 semanas de gestação, ela poderia ter nascido com uma ou até três semanas de prematuridade. No meu círculo social, infelizmente duas amigas queridas passaram por uma cesariana desnecessária e tiveram suas filhas internadas numa UTI, intubadas e com risco de morte, por pelo menos um mês. O motivo da internação não foi por doença pré existente ou genética, mas sim por decorrência da cirurgia. E eu não me lembro de ter ouvido sobre os casos delas e de milhares de outras na televisão.
Há também o processo mecânico durante o parto normal que influencia positivamente. Durante o parto natural o bebê é comprimido pelo canal vaginal e o liquido aminótico presente em seu pulmão é expulso. Durante uma cesárea isso não acontece portanto há maior risco de desconforto respiratório ao nascer, risco de infecções pulmonares nos primeiros dias de vida e efeitos a longo prazo como asma e alergias respiratórias.
Além disso, há diversas outras consequências e uma delas é no aleitamento materno. Dentre muitos estudos sobre amamentação e cesarianas, um grande trabalho publicado recentemente no American Journal of Clinical Nutrition que envolveu mais de 500 mil participantes em 33 países encontrou que cesariana está fortemente correlacionada com dificuldade e problemas no aleitamento materno e menor chance de amamentação até o sexto mês de vida do bebê.
Portanto, parto normal é mais seguro e saudável e a recuperação é, sem dúvida, muito mais rápida e indolor. Você fica muito mais disposta e capaz de cuidar de quem agora só depende de você. Não há cicatrizes e seu corpo retorna à forma que era antes mais rapidamente. E se o medo for da dor, não podemos esquecer que ela nem sempre acontece, e que também existe a famosa anestesia epidural.
Além disso, há diversas outras consequências e uma delas é no aleitamento materno. Dentre muitos estudos sobre amamentação e cesarianas, um grande trabalho publicado recentemente no American Journal of Clinical Nutrition que envolveu mais de 500 mil participantes em 33 países encontrou que cesariana está fortemente correlacionada com dificuldade e problemas no aleitamento materno e menor chance de amamentação até o sexto mês de vida do bebê.
Portanto, parto normal é mais seguro e saudável e a recuperação é, sem dúvida, muito mais rápida e indolor. Você fica muito mais disposta e capaz de cuidar de quem agora só depende de você. Não há cicatrizes e seu corpo retorna à forma que era antes mais rapidamente. E se o medo for da dor, não podemos esquecer que ela nem sempre acontece, e que também existe a famosa anestesia epidural.
Nessa discussão sobre qual método é mais benéfico, o que mais me choca, mais até que as estatísticas de morbimortalidade, é a violenta exclusão na qual a mãe é submetida. Veja nesta foto em uma sala cirurgica, uma mãe com seus braços amarrados e impedida de ver e participar do processo. A distância que uma cesariana causa entre a mãe e o nascimento é explicitamente mostrada nessa foto na qual a mulher olha para trás enquanto nasce o seu prórpio filho...
O recém-nascido também é vitima de violência obstétrica
Ao nascer por uma cesariana, o bebê precisa ficar em uma incubadora longe da mãe. Enquanto a mãe tem sua cirurgia finalizada, o bebê fica em observação pelo risco de apresentar desconforto respiratório e portanto, como consequência e não como necessidade primária, precisa ser aquecido artificialmente. Sabe-se que, ao nascer de forma natural, não há esse risco e o corpo da própria mãe pode aquecê-lo.
Com uma cesárea eletiva, o bebê não recebe informações psicofísicas que irá nascer, tornando o nascimento muito mais traumático. Além disso, diferentemente de um ambiente cirúrgico, durante o parto normal, o bebê chega em um ambiente tranquilo, aconchegante, com pouca luz e direto para o importante contato com a mãe.
É um direito do bebê ficar com a mãe ao nascer. Desde 1986 já é recomendado pela OMS que o bebê deve ficar por pelo menos uma hora em contato físico com a mãe, pele-a-pele e não enrolado em um pano, logo após o nascimento. Há diversos benefícios fisiológicos comprovados cientificamente como por exemplo, redução do stress e do choro, estabilização da glicemia do bebê e maiores chances de sucesso da amamentação.
Com uma cesárea eletiva, o bebê não recebe informações psicofísicas que irá nascer, tornando o nascimento muito mais traumático. Além disso, diferentemente de um ambiente cirúrgico, durante o parto normal, o bebê chega em um ambiente tranquilo, aconchegante, com pouca luz e direto para o importante contato com a mãe.
É um direito do bebê ficar com a mãe ao nascer. Desde 1986 já é recomendado pela OMS que o bebê deve ficar por pelo menos uma hora em contato físico com a mãe, pele-a-pele e não enrolado em um pano, logo após o nascimento. Há diversos benefícios fisiológicos comprovados cientificamente como por exemplo, redução do stress e do choro, estabilização da glicemia do bebê e maiores chances de sucesso da amamentação.
Se não há indicação e beneficio real para se fazer uma cesariana, por que impedir esse desejo e direito de todo recém-nascido? Por que submetê-lo à violência da separação?
O dia do parto não é um dia como outro qualquer. Não é como ir a um jantar ou a um compromisso marcado. É o seu filho que está chegando e você não precisa ser excluída do processo por detrás de um pano. É o seu filho que está chegando ao mundo e você pode recebê-lo em seus braços.
Nestes grupos você pode encontrar informações e apoio para um parto normal e humanizado:
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